08 outubro 2015

O maior sufoco de todos os tempos


A minha Matilde sumiu-se por 5 dias (sim, 5 intermináveis dias). Por aqui chorava-se, soluçava-se, arrancavam-se cabelos e tudo o que mais possam imaginar. Procurou-se, chamou-se, fizeram-se vigílias nocturnas, espalharam-se cartazes, criou-se página patrocinada nas redes sociais... só faltou mesmo ir à televisão. O desespero era mais que muito e o cansaço trazido por noites sem dormir quase nos fez desistir. Não conseguia sequer idealizar a minha vida sem aquela bola de pêlo. Porque se morrer é mau (pois que é, mas faz-se o luto e segue-se em frente), ficar na incerteza do sucedido, no limbo entre vida-e-morte, é certamente mil vezes pior.

Felizmente tudo acabou bem e lá fui descobrir a gata (magra e seca, coitada da bicha) trancada na garagem do vizinho do lado. Sim, leram bem: vizinho DO LADO. Sim, o senhor sabia do desaparecimento da gata. Sim, ouvia miar. Sim, cheirava-lhe a xixis e cocós quando ia à garagem. E não, não estranhou nem fez a ponta de um corno para perceber que raio se passava. Sim, o senhor tem um ligeiro atraso (pensava eu que era ligeiro. Depois disto posso afirmar que é um grande atraso). E o pai do senhor é surdo. Portanto, durante 5 dias seguidos a bicha miou de fome sem que ninguém a ajudasse. Dói-me o coração só de pensar nisto.

Mas enfim, já passou o sufoco e a família está reunida novamente. Tiraram-me anos de vida!

P.S.: a bichana usou o banco de trás do carro como WC. Bem feita!

Um comentário:

  1. Coitada da gata... quando tranquei a minha no guarda-fatos sem querer fiquei mais ou menos como tu... a chorar baba e ranho...

    ResponderExcluir